Vou tentar mostrar um pouco do que eu estou fazendo, do meu ponto de vista. Nâo esqueça que o que você vê é o que está do seu ponto de vista, não espero que vocês concordem e nem que vocês interajam com isso, mas se interagirem, antes de perguntar para mim o que EU QUERO COM O TEXTO, perguntem: por que me incomodei tanto com este texto.
Tenho trabalhado com temas do imaginário da linha de suspense e terror que eu mesma consumo, e pela primeira vez me sinto a vontade para escrever esse tipo de literatura, pois antes achava-me incapaz e nem tentava, ou até mesmo evitava. Devido as necessidades de material para a análise de casos na sala de aula eu resolvi começar a produzir. Resolvi livrar-me do preconceito do que EU acho clichê, olhar para as possibilidades dos temas em relação À minha experiência e causar no leitor aquilo que gosto muito que uma obra cause em mim: frustração, expectativa, reflexão, mudança de perspectiva, etc.
Sim, eu quero frustrar vocês, adoro escrever contos com foco em frustração. Seja qual tema for. Os livros mais incríveis me deixaram altamente frustrada. Não livros simplórios, falo daqueles que trabalham a frustração e não que são frustrantes (vulgo A culpa é das estrelas - minha experiência pessoal). Por isso posso citar aqui minhas influências de autores, livros e filmes que você pode assistir e tentar entender o motivo de e achar que esse estilo me atraia. Vamos lá:
Autores Leia
Edgar Allan Poe O coração delator, Berenice, O poço e o Pêndulo
Stephen King O cemitério, O iluminado, Jogo perigoso
Machado de Assis A cartomante, Primeiro de Maio, Memórias Póstumas
Lygia Fagundes Telles As cerejas, Venha ver o por do sol
Veja
O iluminado (Kubrick)
2001: uma Odisseia no espaço (Kubrick)
Taxi Driver
O clube da Luta
Magnólia
Como não perder essa mulher (não recomendo para menores, pois ele pode ser chato para vcs)]
Os outros
O nevoeiro
Bastardos inglórios (Tarantino)
Pulp Fiction (Tarantino)
À prova de morte (Tarantino)
Planeta Terror (Tarantino)
Os oito odiados (Tarantino)
Donnie Darko
Coherence
Primer
Quero Ser John Malkovich
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Depois eu incremento essa lista. Se você se sentiu frustrado com algum dos contos, obrigada por atingir meu objetivo. Qual o objetivo de ensinamento no conto? Bem, isso vai depender mais de você que de mim. Crianças que saem escondidas e são assassinadas talvez seja um ensinamento muito mais do quanto o mundo pode ser ruim do que o fato de elas mentirem e por isso se ferrarem.
Trabalhar com o imaginário das crianças, trazer elementos de obras clássicas e nem tão antigas é uma coisa que quero garantir, pois eu tive a oportunidade de conhecer Edgar Allan Poe quando criança, mas já tinha um conhecimento básico de obras ligadas ao estilo policial, e tenho que tomar cuidado quando leio as obras de Poe que são deste estilo, pois ele é quem trouxe essa vertente de forma a influenciar diversos autores posteriores a ele, e por isso também as referências e plágios são excessivos e podem parecer que ele que tenha copiado, quando há uma bela emulação (nunca vão superar o mestre, mas sempre podem melhorar e acrescentar de acordo com o nosso tempo e espaço.).
Para ajudar eu encontrei esse site e coloco aqui um trecho que fala sobre os finais. Espero que ajude e que você possa se inspirar e escrever também. Obrigada pela leitora, pelo apoio e se puderem divulguem!
FINAL UTÓPICO
O Final Utópico é aquele onde
tudo dá certo para o protagonista. Ele consegue seus principais
objetivos, o vilão/oposição é derrotado e punido e os personagens secundários
que apóiam o protagonista também terminam bem. É o famoso
"viveram felizes para sempre".Alguns teóricos chamam esse
tipo de final de Hollywoodiano, pois muitos filmes americanos tem a
tendência de retratar esse tipo de história. Isso ficou claro principalmente durante a década de 30, altamente
turbulenta por causa da grande crise capitalista de 1929. Acontece que a
vida não é assim, e esse final acaba não correspondendo a realidade.
Logo, o autor deve ter um pouco de cautela.
A maioria dos desenhos animados da Disney tem finais utópicos, havendo
raras exceções como O Rei Leão.A ideia central por trás desse tipo de final no nosso mundo contemporâneo, é a de que o cidadão passa por tanta
apurrinhação e estresse na vida diária que
uma obra utópica serve para levantar o seu ânimo, e isso muitas vezes é
verdade. Em alguns momentos queremos sim ver tudo dar certo para um
personagem ficcional, mas dificilmente uma obra séria se sustenta com
esse tipo de final.Exemplos:Uma Linda Mulher (Garry
Marshall, 1990) - Uma
prostituta conhece um milionário e ambos acabam se
apaixonando, vencendo todos os impecílios. Típico de contos
de fada.
FINAL POSITIVO
Quando o personagem principal
consegue a maioria dos seus objetivos, principalmente o de vencer o
principal obstáculo, mas sofre algumas perdas durante o caminho,
temos o Final Positivo, mais próximo da realidade do que o Utópico.
Raramente o personagem principal morre em um final positivo, mas isso
pode acontecer, desde que a mensagem final seja a de um triunfo
realizador.Personagens secundários ligados positivamente ao protagonista
geralmente são os escolhidos para serem
"sacrificados" e provocar sofrimento. É importante
notarmos que dificilmente um final é positivo se o objetivo principal do
protagonista não for alcançado. A exceção seria o protagonista perceber que o seu desejo inicial não
corresponde mais a sua vontade, e então ele acaba
ficando mais satisfeito e realizado alterando seus objetivos no
fim.Exemplos:O Senhor dos Anéis (J.R.R. Tolkien, 1955) - Na clássica trilogia de fantasia, o grande inimigo Sauron é derrotado pelos povos livres. Porém,
incontáveis perdas significativas ocorrem na jornada, como a do guerreiro
Boromir e o êxodo dos Elfos, que resolvem sair da Terra Média. No
entanto, a mensagem final é clara o bem triunfa.Rocky (John Avildsen, 1976) - Boxeador fracassado do subúrbio da Filadélfia tem a chance de disputar o título mundial de boxe. Reparem
que o principal objetivo de Rocky não é vencer Apolo o doutrinador,
mas sim aguentar os 15 rounds e conquistar a tímida Adrian, o que ele
consegue. Se ele vencesse a luta aí sim o final seria utópico, muito
forçado, e provavelmente o filme não ganharia o Oscar.
FINAL NEGATIVO
Bem, esse tipo de final é
aquele que você mal consegue levantar da cadeira ao concluir a obra de
tanta depressão. O personagem principal simplesmente não consegue seu
objetivo e geralmente tem um destino trágico. O positivo contido na
narrativa não é suficiente para equilibrar nossos sentimentos. Ao
contrário do que possa parecer, Hollywood está cheia de finais negativos,
incluindo inúmeros vencedores de Oscar.Exemplos:Amadeus (Milos Forman, 1984) - O grande gênio da música Wolfgang Amadeus Mozart não consegue se estabelecer como um músico da
corte austríaca, tem grandes dificuldades no casamento, fica
doente, morre e é enterrado em uma vala comum. O
pouco sucesso em vida e o monstruoso sucesso após a
morte não compensam o sofrimento. Oscar de melhor filme.Menina de Ouro (Clint
Eastwood, 2004) - Boxeadora fica
quadriplégica e seu técnico a ajuda em seu
suicídio. Esse é bem pesado. Oscar de melhor filme.The Amazing Spider-Man 121 - A Noite que Gwen Stacy Morreu
(Gerry Conway, Gil Kane, John Romita, 1973) - Para quem só conhece o Homem-Aranha dos filmes, saiba que sua vida nos quadrinhos é mil vezes
pior. Nessa trágica história, Gwen Stacy, a namorada de Peter Parker (o
nosso herói), é atirada de uma ponte pelo
mortal Duende Verde. O Homem-Aranha ainda lança sua teia para resgatar a
amada mas ela acaba perdendo a vida. Até hoje persiste a dúvida se ela
morreu do choque da queda ou quando a teia grudou nas suas costas
provocando forte impacto. No primeiro filme, a Gwen Stacy é substituída por
Mary Jane e a morte não acontece. Apesar do Duende ter morrido
acidentalmente no duelo final, a perda é irreparável e, como muitas das
histórias do Homem-Aranha, o fim é depressivo.
FINAL BALANCEADO
O Final Balanceado é difícil
para o autor escrever, e na minha opinião é o tipo de final mais próximo da
realidade. É um final onde o personagem principal consegue seu
objetivo com grande perda, ou onde ele não consegue seu objetivo mas no
fim temos uma sensação de esperança, um pequeno sorriso no canto da
boca. Grandes obras foram feitas e agraciadas com este tipo de
final. Às vezes tendemos a achar que um final é negativo só porque não houve
uma vitória final, quando na verdade esse final foi equilibrado
e/ou esperançoso. Os exemplos abaixo definem bem um final balanceado.Exemplos:Thelma & Louise (Ridley Scott, 1991) - Sem dúvida um dos melhores filmes dos últimos 30 anos, narra a história de duas amigas que
resolvem fazer uma pequena viagem para fugir
do cotidiano. Os problemas graves começam quando em uma noitada
no bar, uma amiga mata um homem que tentava abusar sexualmente
da outra. Elas se desesperam e fogem, iniciando uma corrida contra a
polícia com o objetivo de chegar ao México. No fim, cercadas pela
lei, resolvem jogar o carro do topo da montanha em direção a morte.
De início podemos achar que se trata de um Final Negativo. Porém, ao
longo do filme, as amigas realizam uma jornada de descobertas em
relação ao sentido da vida, se envolvendo em aventuras e tendo excelentes
momentos. A imagem final do filme não mostra o carro se chocando nas
montanhas, mas sim congela a tela com o carro no meio do ar, como se
a vida durasse para sempre. Nos créditos finais vemos uma montagem de
fotos que mostra momentos de alegria das amigas. Foi uma jornada
(quest) que acabou em morte, mas nos mostrou como a vida pode ser
intensamente vivida, e que é melhor, pelo menos para alguns, morrer
livre do que viver preso.Cartas de Iwo Jima (Clint Eastwood, 2006) - Pela primeira vez um filme ocidental tenta mostrar a Segunda Guerra pela visão dos
japoneses, retratando a famosa batalha na ilha de Iwo Jima contra os EUA
no Oceano Pacífico. O filme é tenso, destacando o conflito entre a
honra japonesa de morrer pelo seu império e o
desejo de sobreviver a uma guerra insana e talvez inútil. Há suicídios
coletivos, execuções e uma grande derrota dos japoneses. Porém, um dos
personagens principais, um padeiro, sobrevive aos combates, e no final,
sendo tratado por médicos americanos, observa o nascer do sol e realiza que
voltará para a casa para rever seu esposa que estava grávida. É um final
balanceado pois após toda a carnificina, termina com uma mensagem
positiva.
FINAL INCONCLUSIVO
Os finais inconclusivos são
aqueles onde o fim da obra não nos dá uma resposta definitiva sobre o
destino do personagem principal, sendo um final praticamente
"aberto", ou seja, sujeito a inúmeras especulações. Funcionam melhor em filmes mais artísticos e de vanguarda,
que não tem um caráter comercial. O Final Inconclusivo pode algumas vezes
ser visto em capítulos de minisséries ou revistas em quadrinhos
mensais, mas nesses casos ele acaba sendo concluído no próximo episódio ou
revista.Esse tipo de final sempre vai provocar polêmica, e para ser
válido requer muita habilidade dos
envolvidos na obra, principalmente do escritor e do diretor, no caso de um filme. A audiência está acostumada com
finais fechados, que estabelecem um ponto final nas dúvidas
levantadas na narrativa. Portanto, a obra,
para ter um Final Inconclusivo, deve ser construída com atenção
especial em certos detalhes, evitando o estabelecimento de objetivos
pessoais muito fortes. Quanto mais a obra focar no objetivo de um
personagem, mais a audiência desejará uma conclusão definitiva, ficando
mais complicado para o Final Inconclusivo ter sucesso.Exemplos:2001: Uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick, 1968) - Talvez o melhor exemplo de final inconclusivo,
2001 narra uma expedição secreta de astronautas rumo a Júpiter
para tentar desvendar a origem de misteriosos monolitos que
aparentam ter milhões de anos. No fim, ao encontrar um desses monolitos,
o astronauta Dave Bowman atravessa um túnel colorido,
presenciando vários efeitos, e termina em um quarto com um estilo antigo de decoração. Dave vai se tornando mais
velho dentro do quarto e depois é transformado em um gigantesco
bebê que, em posição fetal viaja no espaço próximo a Terra. Cada um que
tire suas próprias conclusões.Os Incompreendidos (François
Truffaut, 1959) - Clássica obra
prima do Cinema Novo francês, narra a história de um jovem adolescente
chamado Antoine Doinel que luta contra o rígido sistema familiar e
escolar, se tornando um ladrão e rebelde. Enviado para um campo de
trabalho próximo ao mar, Doinel escapa e foge para perto do oceano. No
fim, temos um zoom da câmera que congela sua face, concluindo de
forma aberta a obra. Não sabemos o que Doinel pensa nesse momento
nem quais são seus principais planos.
FINAL
SURPREENDENTE
Sabe aquele final que você
fica parado, meio com cara de quem não entendeu nada, pois tudo
aconteceu muito rápido? E aquele final onde de repente surge um personagem
que não havia aparecido anteriormente e participa decisivamente do
destino protagonista? Esses são os chamados Finais Supreendentes. Na
verdade, os Finais Surpreendentes seriam uma espécie de subtipo, pois um
Final Supreendente pode ser utópico, positivo, negativo, balanceado
ou inconclusivo. Um Final Surpreendente não existe sem a companhia de
um outro tipo.Esse tipo de final se
relaciona com o termo da narrativa Deus Ex Machina (Deus surgido da máquina),
originário do teatro grego, quando do nada surgia um Deus (geralmente um
ator no alto sendo segurado por um mecanismo) para solucionar ou
dar rumo a trama.Muitas vezes um Final
Surpreendente pode ocorrer na última cena da obra, sem dar chance para um
epílogo, justamente para tentar ganhar o espectador/leitor com uma
imagem final impactante. É um final muito arriscado para o escritor,
pois a audiência pode se sentir enganada. Portanto, o escritor deve ter
muito cuidado e respeitar as características da sua história. Será que ela
se encaixa bem com um Final Surpreendente?Exemplos:Os Infiltrados (Martin Scorsese, 2006) - Narra os eventos relacionados a dois espiões, um da máfia infiltrado na polícia, e outro da
polícia infiltrado na máfia. Após um bom desenrolar
da trama, temos uma sequência de cenas finais rápidas, onde os
personagens principais morrem sem qualquer tipo de drama. Isso
pode até ser mais próximo da realidade, mas em uma narrativa é
perigoso. Nesse caso, Scorsese agradou a academia, que lhe concedeu o
Oscar de melhor diretor e Os Infiltrados ainda levou outras três
estatuetas, incluindo melhor filme.Estrada para a Perdição (Sam Mendes, 2002) - Michael Sullivan Jr. está curioso para saber sobre o
trabalho do pai e acaba descobrindo que o mesmo é um soldado da máfia ao
presenciá-lo cometer um crime junto com comparsas. O menino
promete silêncio, mas a máfia executa sua mãe e irmão querendo eliminar
qualquer testemunha. Agora, ele e o pai precisam escapar e ainda
buscar vingança. A máfia chega a contratar um assassino psicopata para matar
ambos, que fracassa em uma tentativa de assassinato em um hotel.
Porém, no fim do filme, esse assassino retorna, de maneira meio que
inesperada, matando o pai mas morrendo no processo. O problema aqui é
que o assassino não é o principal inimigo. Ele não é o principal
obstáculo, portanto não teria que ter esse papel no final. Houve uma completa quebra de clímax no que era um bom
filme até então.
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