Lembro-me desta frase sempre
relacionada ao rock in roll: eternamente jovem. Lembro-me do contexto sendo o
de que se morre cedo ao se viver a mil por hora. Tem até uma música do Lobão,
muito boa por sinal. Falo de minha experiência pessoal, e o conceito que formei
na época de minha salvação dentro do gênero musical.
Bem, hoje que eu estou vivendo a
hora por hora, sinto-me diferente e posso dizer que o conceito mudou para mim,
e talvez tenha a ver com as tecnologias ligadas à música, como as fotografias,
as vozes, os vídeos, etc.
Estou para escrever este texto
desde o ano de 2012, quando tive a oportunidade deliciosa de estar no Espaço
das Américas para ver o Show do Robert Plant. Adivinha o que eu pensei quando
ele subiu ao palco? “Nossa, como ele está velho!”. Também pensei isso no Show
do Ac/dc em 2010. Mas quer saber o que me incomodou? Foi reparar que todo mundo
nas redes sociais começou a postar isso sobre o Robert Plant. Achei degradante, pois de fato ele
está no direito natural de estar na condição física e mental da idade que
atingiu. Nada demais, por que a surpresa?
Bem, a surpresa vem de uma
cultura nacional, pois de fato atingiu-se o icônico “eternamente jovem”. Para mim Robert Plant tem que ter os cabelos
esvoaçantes e encaracolados, o colete emoldurando sua barriga lisa e a iniciar
a relação solta com a calça colada de estereótipo dos anos setenta. Não preciso
dizer que é o meu estilo preferido dentro de todos os do Rock.
Ele está eternamente jovem em
minha mente, não é concebível que ele esteja velho, pois faz parte de minhas
- nossas - fantasias sobre um tempo que eu não vivi, a saudade deste tempo tem relação
direta com as personagens que são eternamente jovens, e me fazem sentir assim. Pois
é, sou da década de oitenta. Vivi os anos noventa, nem os mullets eu curti. Enquanto a extravagante juventude de ´80 curtia
seus góticos e a inserção de novas
tecnologias eletrônicas nas músicas extremamente coloridas e negras, eu curtia
male má um Michael Jackson, lembro-me mais dos pagodes nos churrascos que meus pais
frequentavam e me levavam.
De fato James Dean, Robert
Plant, Angus Young, Steven Tyler, Mike Jager, Ozzy Osbourne, ... nossa… até Slash e Axl Rose! Eternamente jovens. Me pego a cantar: forever Young, I wanna be forever Young. Antes eu queria morrer jovem para me
eternizar… hoje eu não ligo de estar eternizada nas mentes dos que estiveram
comigo jovem. Sou autora e se por acaso for lembrada, será como todos eles o
são: enrugados, idosos e com ares de inteligência. Contentar-me-ia com isso
facilmente. Porém mais ainda felicito-me ao lembrar que faço parte de vidas diversas, diretamente e de uma forma singular, que traz-me experiências diversas que
talvez só assim se possa ter. Na verdade o que importa é valorizar a vida,
parar de idealizar e viver o que se tem, o que se pode e buscar o que se quer,
de maneira consciente e saudável. Viva à vida!
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