terça-feira, 27 de outubro de 2015

Sobre o feminismo, a generalização, o silenciamento e a legitimização do abuso pelos não abusadores

Ser silenciada e sofrer é o que se espera de nós mulheres. E se sua mãe dissesse que seu tio a abusou? E se sua namorada dissesse que o primo dela a estuprou? Ah, e se eu dissesse que um tio, outro tio, um primo, outro primo, um desconhecido, outro desconhecido, um velho, um jovem, ou qualquer pessoa já abusou de mim? Você acreditaria ou diria que isso só aconteceu pq eu não falei nada ou protestei? Diria que eu deveria ter fugido, batido, quebrado a cara dele? E se eu dissesse que tinha seis anos? E se eu dissesse que tinha dezoito anos? E se eu dissesse que tinha 6, 7, 8, ... 16, 17...20...25...30...33 anos? E se eu namorei um cara mais velho pq o amava, mas mesmo assim era pedofilia, pois ele cometeu o crime de "amar" uma menor? E se eu dissesse que nenhum "não" é um sim? E se eu dissesse que generalizar é um caminho para quem vive num mundo onde o raro não é comum e que mesmo que todos os homens não tenham me assediado de alguma forma, já assediaram alguém, assediarão ou acharão que isso é tudo vitimismo? E se eu te disser que me mandar parar de generalizar pq vc sabe alguma coisa de feminismo não significa nada para mim, já que vc não sabe a verdade sobre a minha (e a da mulher) real condição de vítima, pois eu sempre fui calada e você que reclama apenas mostra que eu devo manter-me calada, de novo? Denunciar é preciso, pois 'a culpa é sempre da vítima' é uma verdade tatuada na pele da sociedade machista de homens e mulheres





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