Para começar esta conversa,
gostaria de propor a todos, educadores e estudantes, pensar sobre a literatura
e o sua relação de leitor com ela. Agora pense sobre os seus títulos
preferidos: eles são considerados cânone literário[1]?
Isso eu posso responder para todos, sem mesmo saber qual livro é, pois depende
de em que época estamos, da importância desse livro para a atualidade e as
proporções dele dentro de todo um contexto de consumo literário e análises para
aquele período. Isso eu sei por que o Profº Ms. Egon de Oliveira Rangel falou. Quer ver?
Além de ser bom pensar que os
cânones são livros em uma lista viva e como a língua em que são escritas podem
mudar e ressignificar, posso dizer que um dia eu e outros amados podemos um dias
ser considerados Cânones.
Voltando ao tema principal,
pego-me a pensar sobre os meus livros preferidos, os estudados, os que estão no
rol e os que não estão. Houve alguma vez em que as pessoas a quem você indicou
o livro não retornassem com o mesmo afeto, paixão e glória que a seu ver ele
merecia? Pois é, isso acontece demais, e quando levo para a sala de aula para
meus alunos? Nossa, aí o bicho pega.
Já se sentiu tentado a parar de deixar as pessoas a lerem a capa de seu livro, não
falar sobre seus autores e obras? Ensinar só p que parece mais aceitável?
Pois é, eu passei por isso. Mas...
pense bem, se por acaso nós deixamos de tentar, esquecemos completamente de
como é sensibilizar o outro e garantir que um dia ele possa apreciar com toda a
sua carga pessoal de cultura e a partir de seu próprio ponto de vista
(conhecimentos científicos e experiências) aquilo que você aprendeu a ler e
gostar por ter sido sensibilizado.
Houve a um tempo uma discussão
entre mim e meu amigo sobre oferecer a um aluno de 12 anos textos de Alan Poe
para serem lidos. Eu amo Alan Poe, porém ele já foi tão copiado que eu tenho me
dado ao trabalho – nada árduo, mas difícil – de encontrar novas maneiras de
apresentar o pai do mistério e do conto policial sem parecer que é ele quem
plagiou. Além do fato de eu perceber que se não há uma sensibilização (que pode
ocorrer até mesmo com adaptações como filmes – esse deu certo, hein! Mas não
faça o mesmo com o Stephen King... ops, cânone? -, HQs, textos voltados para
faixas etárias específicas e tudo o mais que tiver disponível.
Às vezes basta a sua palavra de
autoridade para sensibilizar o outro e muitas vezes você pode usar outras
autoridades. Quem já conseguiu outras maneiras lúdicas ou não de sensibilizar
alunos de séries do fundamental II com os cânones de nossa época? Já conseguiu
com resenhas? Hum... #ficaadica
[1]
Cânone literário: o termo vieram progressivamente a ser aplicados ao domínio da
literatura, muitas vezes sob a forma de expressões como "os
clássicos" ou "as obras-primas". http://www.edtl.com.pt/business-directory/6079/canone/
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