
Sou uma incógnita, até para mim mesma.
Hoje me peguei pensando em casualidades da vida. De fato
consigo lembrar-me de episódios pitorescos, desde os mais engraçados até os
mais trágicos de minha vida, que aconteceram devido ao fato de eu ter esse
comportamento estranho e que precisa se adaptar, segundo o que todos podem
dizer, provavelmente.
Eu sou o cúmulo da sinceridade e foi muito difícil aprender
a não dar a minha opinião sem ser solicitada... e só o tempo trouxe-me a
sabedoria de que eu não sei tudo e nem tudo o que aconselho será seguido, ah, e
que não devo culpar o outro por cometer erros e mesmo através de meus brilhantes conceitos não conseguir se
desvencilhar, por exemplo, de namorados
violentos – física, moral ou psicologicamente -, eu mesma não ouvia os
conselhos, e eu mesma mantive-me e insisti com namoros assim, além de outras
coisas em outros setores de minha vida e da de meus amigos.
Posso dizer que sempre amei intensamente aqueles que eram
meus. O problema é que eu era possessiva. Isso afastou muita gente, pois somar
sinceridade demais, possessividade e paixão dá medo nas pessoas. Aprendi
perdendo e reconquistando os meus, amando-os apaixonadamente, mas não abrindo
demais a boca, isso trouxe muitas vantagens, mesmo me sentindo hipócrita, pois
de fato doía ficar calada, até eu entender que não posso resolver tudo e não
tenho todas as soluções para meus amados.
O que aprendi e ainda estou aprendendo e é complicado de
ensinar ao outro é a ouvir. Depois de parar e lembrar dos conselhos de minha
mãe e o quanto ela estava certa, digo a todos hoje em dia: “Ouça a tua mãe, ela
sabe o que é melhor para você e só ela te ama o suficiente para ver o perigo
que você corre”. Claro, no caso de mães machistas, incondicionais e que amam
seus filhos. Diferente de umas e outras
que não conseguem reproduzir esse modelo mariano de mãe.
Vou contar uns causos aqui, relaxa, só uns parágrafos e cada
um no seu. Olha só o que eu já fiz! Sou acostumada a elogiar a todos que amo e
aprendi a fazê-lo com estranhos também, mas de forma sincera, mesmo que conheça-o
superficialmente aprendi mesmo que o positivismo pode mover montanhas. Então um
dia chegava em casa, e a vizinha a quem eu conhecia pouco saia de casa com a
família, transformada para ir à igreja. Estava linda. Não que não fosse, ela cm
seu louro natural, pele de pêssego e magra. Mas ela estava deslumbrante em seu
traje e sua maquiagem era espetacular. Não pude deixar de falar: “Nossa, como
você está linda!”. Ela não respondeu, virou a cara e saiu. Isso me deixou desconcertada.
Será que era ciúmes? Será que era minha estranhice ou era o velho fato “mas eu
sou bonita sempre”. Que seja, meses depois contratei-a para fazer minha
maquiagem para uma formatura, e ela tratou-me super bem. Que seja. Não se pode
resolver tudo, não é?
E assim vai minha vida, quando perdi uma amiga
importantíssima por falar mal dela para ela mesma, vê se pode. Anos depois
retomamos a amizade e nada parece ter nos afetado a não ser o fato de ela dizer
eu estava especial. Eu tinha mudado muito sim, agora me segurava e era menos
densa, menos dura, aí descobri o que rolou, ela pensou que eu estava falando
mal da mãe dela e não dela. Que seja, problemas do português escrito, problema
do relacionamento à distância, esse é por e-mail, mas já vi muitos
relacionamentos de corpo presentes que se danam pela distância um do outro na
rotina que adotam. Triste.
Acho que está bom de balela, não é? Que seja, seja sempre
sincero, mas não dê sua opinião onde não é chamada, seja tolerante e entenda
que quando amamos alguém, e agimos de forma que desaponte essa pessoa, como por
exemplo, uma grande amiga contar que viu nosso namorado com outra, e então você
acabar com a amizade com essa pessoa para que não se sinta culpada ao olhar
para ela e por continuar a sofrer os chifres, por amar demais aquele cara, e não
ser entendida na sociedade em que está por saber que é traída e não assumir, é
mais fácil fugir e se afastar que enfrentar a culpa. Seja tolerante, pois
muitas vezes você, o cara sincero, será a representação da sociedade apontando
o dedo para ela e a culpa será evidente demais, e de boa, quem é você para ser
dono da verdade? Ser sincero não te faz ser dono dela, só te faz ser uma boa
pessoa quando você sabe lidar com sua sinceridade.
De fato é muito difícil, isso já aconteceu com você? Perder
alguém por assumir a face da culpa da sociedade perante um amado que se afasta
de ti para sempre? É difícil.
Pela frequência desses acontecimentos, imagino que seja comum e fico feliz por aprender antes de acontecer comigo.
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