Esperanças de um mundo melhor
Sou mulher e não posso negar isso, e nem pretendo.
Sou moderna onde devo ser, tradicional no momento certo e em geral hormonalmente
apta a variar quando o momento é certo, se é que me entende.
Depois vou escrever um conto sobre o tema, que irá
para um livro que atende o conceito dele. Mas queria postar as minha impressões
sobre o ocorrido e mostrar como isso alterou minha percepção sobre o resto do
dia.
Bem foi um dia que começou muito cedo e por forças externas
as minhas. Fui fazer um exame medico e por detestar dirigir, resolvi chegar uma
hora antes do horário agendado e pegar carona com meu solidário marido e
retornar de condução publica.
Resumindo: esperei mais de duas horas para fazer o
exame, coisa extremamente estressante, mesmo que sob protestos contra o
tratamento ruim, saí corendo para testar chegar em casa a tempo de almoçar, o
que é claro que eu não consegui.
Corri para o metrô e procurei na plataforma um, lugar
mais vazio como resto de esperança de conseguir sentar-me. Entrei no Metrô e
virei para direita, era apenas eu o e assento de um lado e a porta do outro
lado do assento. Segui vencedora até o que o rapaz chegou junto comigo, e ambos
ficamos a um passo do desejado assento.
Eu o olhei e ele a mim. Ambos com mochila e livro na
mão. Ele fez um gesto simples indicando o assento e disse gentilmente “pode
sentar”. Eu não acreditei naquilo, iluminou o caminho de volta e acendeu um
foco de luz sob mais seis passageiros próximos com livros e revistas. Só uma
estava ao celular. Aquilo foi inusitado.
Então o meu livro ficou fechado enquanto minha mente
ampliou o seu campo de percepção, e deparei-me com as manifestações da tarifa
de condução e melhora do sistema de transporte publico. O cavalheirismo é mais
antigo que as manifestações publicas, e
até mais que a própria democracia.
Sei que tive a confortável sensação de alguém que
assiste a derrubada da alienação em prol do amor ao próximo e a verdadeira
cidadania. Minhas expectativas são boas, neste momento.
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