Acreditar em mim é um processo árduo, não engane-se com o mesmo que "botar fé
em mim", que é outro ponto a ser trabalhado...
talvez mais simples do que eu acreditar de forma mais crua: a de por crédito em mim.
Não não é a mesma coisa, eu já disse, sobre ter fé em mim, sem problemas, pois isso eu faço apesar das
restrições que a especialização supera. Entende? Se eu tenho limite eu
acredito que eu possa superá-lo por ser alguém capaz de
especializar-me com prática, análise, estudos, orientações, pesquisas etc.
Porém quando precisa acreditar no que vejo, no que sei, no que percebo e
na minha condição de indivíduo acima do comunitário e bem estar do outro... até arde quando tento acreditar em mim ao invés de no outro que me
diz que estou errada, mesmo que argumente muito bem e eu saiba que não
estou entrando em um processo ardido, como o de miragem, e parece que minha
cabeça se expande em uma dúvida eu devo retomar a verdade, que não é mais a minha, com muito
cuidado para não ofender o outro caso seja só um disparate meu, e é nesse
momento em que meu corpo para no tempo e espaço enquanto deixa de existir,
carbonizado e sem ar até convencer-me de que eu estava
errada mesmo. Isso traz uma leve depressão, e como eu posso duvidar de
pessoas tão idôneas, que mal elas podem me causar? Ou melhor, porque
desejariam tal coisa? Isso é muito estranho.
Dessa maneira, geralmente tirou meu crédito de mim mesma e dou ao outro,
minha realidade perde o sentido e quase me sinto grata por me ditarem a verdade, sinto-me mais segura com o ditador do que comigo
mesma.
Isso tudo acontece ainda hoje, mas eu evolui, meus ditadores têm
precisado mudar as estratégias que já eram receitinhas fáceis e quando
repetem a estratégia, instintivamente consigo perceber uma incongruência na miragem e é
como se a miragem fosse um holograma alimentado pelo calor físico da
culpa, da minha culpa. É nesse instante que o Dejavu da técnica vem esclarecido como um misticismo, uma visão de um
homem em uma cena trivial de faroeste, prestes a pegar a arma no codre, mas... não há uma arma de verdade, é uma arma metafísica.
Ver a incongruência tem se tornando possível devido ao fato de que
passei a dar crédito a mim. Não é algo imediato, está mais perto da
perturbação ou confusão religiosa de uma visão do desconhecido que de
um insight da verdade. Eeu acordo e paro de fugir do ardor, e ainda assim não tenho me carbonizado, ou acabado carbonizada. Não cedo ao
restante da miragem criada pelo outro devido à incongruência. Hoje, a incongruência na miragem é a pista para me ajudar a mudar de rumo, do processo de seguir o ditador. Eu credito a mim o poder de ser eu e ter a minha realidade e o questiono,
mesmo que internamente.
A realidade de fato é a miragem, que é muito difícil de entender, para mim, já que o
ditador não me fala suas intenções, o que acontece aqui entra na minha
cabeça e me causa uma crise de ansiedade e eu não a superava, por ser mais fácil
carbonizava-me em análise, pesquisa, orientações e o que pudesse, num processo
contrário ao da aceitação da miragem e aceitação da realidade que eu conheço.
Aceitar a
realidade é viver sozinho em um deserto que se localiza onde havia um ditador numa
sala escura e quente e agora há apenas um fascista diante de você. É solitário e
tragicômico acreditar em mim, não tem sido como conhecer a verdade e sim, tem sido reconhecer manipulações maldosas de pessoas em quem confio e a quem me
dedico, tem sido lidar com a vontade do outro que não é a minha e a
desfrutar da difícil tarefa de não fazer as coisas pelo outro só porque
não me custa, pois custa sim, é uma via de mão única com pregos no asfalto e
sem saída, apenas um continuar a fazer sem parar parar de ser uma boa
menina
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