quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Pérola e a ostra, como tudo começou

   Em 24/2/2014 consegui resgatar uma cadelinha em quem estava de olho desde muito tempo. Vou contar a sua história aqui e pretendo fazer uma espécie de diário da adoção. A intenção é a de conscientizar às pessoas sobre a adoção e a responsabilidade das pessoas, sejam elas as que adotam ou as que agem como a ostra agiu para minha nova cadelinha, minha família está feliz por ter aumentado.
   Eu me mudei para o JD da Conquista em 2011, e para ir à Av Sapopemba ou para a casa da minha mãe fazia o caminho por dentro do Carrãozinho, junto ao meu marido - mas eu não faço esse caminho sozinha, costumo fazer pela Ragueb. - e algumas vezes tive a oportunidade de observar uma cadelinha pretinha com as pontas das patinhas brancas, assim como a ponta do focinho. 
   Ela ficava sempre em frente à mesma casa, quando o portão ficava fechado. Se estava aberto eu nunca a via. Passei a observar. Talvez ela escapasse e qdo voltava para a casa o portão estava fechado e ela ficava esperando para seus donos negligentes a botarem para dentro. Pura imaginação, não conhecia ninguém por ali para perguntar, só observava. Ela não perambulava pela rua nem nada, só por ali ou não a encontrava.
   Foram meses observando-a, até que vi uma garota de uns oito anos batendo em sua cabeça. ela não reagia, só ficou ali. Não pude parar para perguntar, pois meu marido dirigia e tínhamos compromisso. Como a vizinhança reagiria ao ver uma estranha repreendendo uma criança da comunidade deles? Preferi observar mais. Depois de um bom tempo vi outra cena de maus tratos de uma outra garota, agora com mais de 12 anos, jogando pedras nela, e ela fugindo com o rabo entre as pernas, sem reagir de outra maneira. Meu coração se cortou. Falei ao meu marido sobre a nova informação: a cadelinha devia ser de rua ou não deveria estar com aquela família. Então eu desejava adotá-la.Ele consentiu e passamos a pensar em como pegá-la para levar para casa. Somos motociclistas, "e se ela mordesse?", "e se ela fugisse?", "e se ela se debatesse e caísse de meu colo na moto?"...
   Fomos pensando por volta de um ou dois meses, e num dia, voltando da escola nova - agora voltava por ali devido ao trânsito na Ragueb - peguei uma senhora alimentando-a, de carro. Logo parei e conversei com ela, que me informou que ela e mais uma amiga cuidam de 40 cães na rua, fora os onze que ela tem em casa. Elas castram e alimentam como podem, e a minha Pérola já fora castrada. Disse de minha intenção de adotá-la e da dificuldade que eu teria em levá-la e pedi para que a D. Vera a levasse para mim, e ela aceitou. Vou tentar retribuir este carinho ajudando como puder, assim que terminar minha mudança. A Pérola vai ter um novo endereço, dez quilômetros distante do lugar em que ela não passava de um grão de areia incomodando uma ostra terrível que a abandonara.
   A escolha por ficar ali era da cadela e a dona da casa que tinha as duas crianças simplesmente dizia "Não gosto de cachorro, ainda mais preto.", isso já demonstra que esta ostra está apodrecida e perpetuando uma cultura de abandono, onde as crianças aprendem a ser preconceituosas e a se desfazer de forma agressiva daquilo que a incomoda. Essa mãe não sabe o quanto essa criação pode trazer o preconceito contra idosos e deficientes, doentes... o mau retorna!
   A Pérola está muito suja (ainda) e magra que dá para ver os ossos, respirando de forma ofegante e teve diarreia de nervoso. São já 2 dias em casa e já me reconhece, mas com certos limites. Postarei mais dados para o segundo capítulo desta saga de amor, falando sobre o nome que escolhi e talvez mais fotos, se eu conseguir.

Um comentário:

  1. Poxa que legal sua atitude! Estou aqui de Petrópolis torcendo pela Pérola!! Tenha certeza que vc tem um anjinho dentro de casa! Fique com Deus! Beijos vou acompanhar !

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