terça-feira, 23 de abril de 2013

De Hair à força de Sansão



Cortei o cabelo! E não, meu caro leitor, não foi pouco! Para você ter uma ideia, meu cabelo está acima do ombro neste momento, e no chão do salão ficou trinta centímetros em fios que, segundo a cabeleireira, davam conta de três cabeças.
Este mote vem devido à reação dos outros, tanto dos que gostaram quanto dos que não gostaram: Você é corajosa! Parei para pensar, realmente não corto tão curto desde que eu adolesci, porém, sempre que eu corto vão-se trinta centímetros de cabelo, mas eu só faço isso de dois em dois anos. O fato é que isso  não parece ser frequente, apesar de a frequência existir, se é que me entende!
Eu acredito que a citada coragem esteja associada à questão de identidade, pois desde meus quinze anos as pessoas me identificam com os cabelos longos. AMO cabelos longos e me identifico com o Hair, e esperar dois anos para que eles cresçam e então cortar “impiedosamente” mais de sua metade de comprimento parece loucura.
A identidade dos cabelos longos está ligada à resignação, espera, desejo, realização, tarefa difícil, paciência e todo o mais. Já os cabelos curtos – ou ao serem cortados - remetem à rebeldia, quebra de expectativa, desistência de luta, perda das forças. Dessa forma cortar os cabelos longos é sempre uma coisa tida como negativa.
Então, cheguei à conclusão de que a reação de admiração negativa dos outros vem a partir disso. Não digo que eu não sinta nada quando chega a hora do ritual bienal, mas já me acostumei e não sinto-me mal e nem me entristeço, é claro que dá aquela sensação de me perder! Porém eu não assumo essa identidade, pois é  só o meu cabelo. 
Chegar à transcendência em relação à esta visão cultural levou muito tempo. Eu consegui isso, e ainda é tão pouco que não me faz melhor que ninguém, é apenas um pequeno passo de um grande caminho de desapego de normas e costumes de senso comum desnecessários, rumo ao 42! 

Exagerada eu? Que nada! ;)
 

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